Em sua casa, vive em meio a plantas, temperos e invenções de objetos garimpados pelas ruas da cidade. Sua história valoriza os aprendizados dos antepassados, antiguidades e culturas ancestrais. Ela tem a reutilização de materiais como premissa básica de vivência e criação artística.
Sua espiritualidade é hoje inspirada pelo Xamanismo, recarrega suas energias na natureza e em viagens para as montanhas ou praia. Por fim, Ju Violeta tem uma rotina consciente, movida pelas causas do meio ambiente e do seu papel como cidadã no mundo.
É a partir dessa experiência de crescimento e acúmulo positivo ao longo da vida, por assim dizer, que a artista traz sua obra para a A7MA galeria, um verdadeiro inventário botânico afetivo, com obras de diferentes proporções e sentimentos. Dentre elas, encontramos uma gaveta tipográfica, peça que abre a exposição com garimpos naturalistas achados pela artista, entre pinturas e miniesculturas. Seu laboratório científico é formado ainda por anotações, livros, vidrinhos, espécies de cultivo e obras em relógios, gavetas, chaves, assemblages, terrários e esculturas de bonecas. As pinturas são reflexos do momento da artista: personagens em conjunção com borboletas, libélulas e mariposas que representam a liberdade de uma personalidade hoje encontrada; a mudança para o novo; a gaveta que se abre para uma nova percepção e consciência de si mesma; as memórias de vida com o retrato de alguém em álbuns aleatórios, com flores ou insetos de verdade que se transformam em obras de arte.
“Botânica”, à primeira vista, pode ser a representação de um movimento contemporâneo que vem sendo traçado nos últimos anos, uma paixão declarada pelas plantas nos centros urbanos e pautada pela comunidade dos urban jungle lovers. Mas aqui, é mais profunda que isso. É uma exposição que, de fato, expõe a artista em seu mais recente encontro: aquele que ela encara a face de si mesma.